terça-feira, 29 de setembro de 2009
Pai Nosso
São Francisco de Assis
O santíssimo Pai nosso:
Criador, Redentor, Salvador e Consolador;
Que estais nos céus:
nos anjos e nos santos.
Vós os iluminais para o conhecimento, porque vós,
Senhor, sois a Luz.
Vós os inflamais para o amor, porque vós, Senhor,
sois o Amor.
Vós habitais neles repletando-os para a vida beatífica,
porque vós, Senhor, sois o sumo Bem, o Bem eterno,
do qual procede todo bem
e sem o qual nada pode ser bom;
Santificado seja o vosso nome:
reluza em nos o conhecimento de vós,
para podermos reconhecer a largura de vossos benefícios,
o comprimento de vossas promessas,
a altura de vossa majestade e a profundidade dos juízos (cf. Ef 3,18);
Venha a nós o vosso reino:
para que reineis em nós por vossa graça
e nos deixeis entrar no vosso reino,
onde veremos a vós mesmo sem véu, teremos o amor perfeito a vós,
a beatífica comunhão convosco, a fruição de vossa essência;
Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu:
a fim de que vos amemos de todo o coração, pensando sempre em vós;
de toda a alma, aspirando sempre a vós;
de todo o nosso entendimento, ordenando todos os nossos desejos a vós
e buscando em tudo a honra vossa;
de todas as nossas forças,
empenhando todas as virtudes e sentidos do corpo
e da alma na obediência a vosso amor e em nada mais.
E para amarmos o nosso próximo como a nós mesmos,
atraindo, na medida de nossas forças,
para o vosso amor todos os homens,
alegrando-os pelo bem dos outros e pelo nosso próprio bem,
compadecendo-nos deles em suas tribulações
e jamais ofendendo a ninguém;
O pão nosso de cada dia:
vosso dileto Filho Nosso Senhor Jesus Cristo;
nos dai hoje:
a fim de lembrar e reconhecer o amor que teve por nós
bem como tudo o que por nós tem falado, operado e sofrido;
Perdoai-nos as nossas ofensas:
por vossa inefável misericórdia
e o inaudito sofrimento de vosso dileto Filho,
Nosso Senhor Jesus Cristo,
e pela poderosa intercessão da beatíssima Virgem Maria
bem como pelos méritos e súplicas de todos os vossos eleitos;
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido:
e o que nós não perdoamos totalmente,
fazei vós, ó Senhor, que o perdoemos plenamente,
a fim de que possamos amar sinceramente os nossos inimigos
e por eles intercedamos junto de vós,
não retribuamos a ninguém o mal pelo mal (cf. Rm 12,17)
e nos esforcemos por ser úteis a todos em vós;
E não nos deixeis cair em tentação:
oculta ou manifesta, impetuosa ou inesperada;
Mas livrai-nos do mal:
passado, presente e futuro.
Amém
Francisco não apenas foi homem de oração: foi a própria oração. Uma de suas preces preferidas foi o pai-nosso, ao qual fez um comentário, onde revela compreensão e entusiasmo pela oração do Senhor. A partir destas paráfrases ao pai-nosso, o Autor vai tecendo considerações que surgem espontâneas, simples e práticas. Não se trata rigorosamente de um comentário aos comentários de Francisco, mas de oportunidade para colocar uma série de temas fundamentais na vida cotidiana, onde a oração não só é necessidade, mas também desafio. O Autor lê nas entrelinhas do pai-nosso franciscano e traça um projeto de vida cristã, com simplicidade e clareza.
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Imagine as palavras no Céu:
Tudo o que eu penso de bom acontece e a cada dia que passa
me sinto cada vez mais feliz!